Depoimentos

Depoimento do nobre amigo Mário Henrique; que participou de muitas visitas com o grupo:

   "Não me esqueci do Grupo Arte do Bem. A partir do grupo percebi que a maioria das misérias que vemos no nosso dia a dia vem da negação da dignidade aos outros. Essa negação nos torna insensíveis ao que há de mais importante na vida em sociedade: o respeito ao outro e a si mesmo nas relações. Aprendi isso durante os encontros e sou grato e contente por isso, mas considero ser preciso mais de minha parte, é preciso um compromisso que expresse o vínculo de responsabilidade com essa perspectiva, que muito me ajudou e tem ajudado a entender os percalços da convivência; na minha perspectiva, é preciso divulgar esse tipo de exemplo para que se demonstre que ser uma pessoa digna e honesta não só é válido, mas essencial para a melhoria de nosso mundo.
   O Grupo Arte do Bem, nos encontros, demonstra justamente que não se deve negar, mas reconhecer a dignidade de cada um, por respeito à existência humana que cada um representa, não importando quem seja. Nos encontros não vi expressão de comiseração, mas de respeito – algo realmente cristão, pois reconhece no outro a capacidade de mudança, não o tratando como um incapaz, mas um humano."
Mário Henrique


Depoimento da Patrícia, artista do bem que entra no personagem da Dra. Patylhaça:

   "Quando chegamos, eu e a Marlene, já caracterizadas de doutoras palhaças, no salão onde estavam os internos da Casa São Camilo de Lélis e anunciaram a nossa presença, eu travei completamente. Não me vejo em um palco e foi assim que me senti quando tivemos que brincar de examinar o Gedair. A experiência que tive depois foi fantástica. Ao ir até cada pessoa e improvisar alguma coisa, me senti super a vontade e me diverti muito. Ao entrar no ônibus depois do nosso encontro comecei a me emocionar e as lágrimas rolaram quando me lembrei daqueles internos. Quando brincávamos com o casalzinho de idosos apaixonados, ela me relatou que ele era o homem da vida dela, alguém que ela esperava ansiosa por visita e a quem dedicava todo o seu amor. Por outro lado ele me disse que estava preparando uma casinha só pra eles, pois a dela mal existia, o filho dela, por conta das drogas estava vendendo tudo.
    Com um outro senhor, nós dissemos que estávamos à procura de um namorado, um palhaço sério. Ele riu, e disse que era impossível achar um palhaço sério. Depois, ao se despedir, lembrou disso e disse que ia rezar para que eu encontrasse um palhaço sério para mim.
    No final, quando entreguei as receitas médicas aos internos e fui me despedir, algo me chamou muito a atenção. Ao dar um beijo em um senhor que tem limitações físicas, ele, com muita dificuldade, pegou a minha mão,
levou até o seu rosto e fez um carinho. Foi a coisa mais linda que recebi. Naquele momento, percebi que todas as frases que fiquei buscando para escrever nas minhas receitas de doutora palhaça, cabiam perfeitamente a mim.
    Cheguei em casa exausta, sem forças mesmo, a sensação que tinha é a de que fui sugada. Busquei a Deus e agradeci pelo dia lindo que tivemos e consegui novamente o meu equilíbrio e minha paz interior."
Patrícia Mazzo.


Depoimento de Maria Aparecida Jacob, assistida pela Sociedade Mão Amiga, a qual o Grupo Arte visita frequentemente:

"Aqui é uma maravilha de Deus. É o lugar que me acolheu. É uma mão amiga mesmo! Quando vejo grupos como vocês, de pessoas jovens, saírem de casa num domingo, deixando tudo para trás para passar um domingo com a gente, só agradeço a Deus por isso. Para estar aqui só quem tem o coração muito grande (...)".